Palestra MÚSICA PARA EDUCADORES(AS) com a Profª Mª Rosana Olivares

Dia 01 de julho de 2021 os professores e as professoras da EPG Nazira Abbud Zanardi (Guarulhos – SP) encerraram o primeiro semestre letivo com atividades musicais, num ambiente descontraído e, para a maioria dos(as) presentes, trouxe novas ideias para enriquecer o trabalho pedagógico na sala de aula. Refletimos, também, sobre a cultura e os saberes que nossos alunos e nossas alunas trazem consigo, e que devem ser reconhecidos como legítimos e como enriquecedores das nossas vivências escolares.





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Educação Musical: construção da profissionalidade docente no programa Guri Santa Marcelina.

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Minha dissertação de mestrado já está disponível. Gostaria de receber seu comentário, suas considerações e sugestões serão muito bem vindas!

Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7938498

Resumo
Esta dissertação apresenta o resultado da pesquisa, de abordagem qualitativa, para investigar, no campo da educação musical não formal, o trabalho do educador musical e a construção da sua profissionalidade a partir dos seus relatos. Foram analisados documentos institucionais, referentes ao período da gestão do Guri Santa Marcelina entre 2013 a 2017, que atende crianças e adolescentes na Capital e na Grande São Paulo, bem como realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro professores de música, com o objetivo de reconstituir as suas trajetórias formativas e apreender as suas percepções sobre as suas demandas formativas. Um diálogo entre os campos da Música e da Educação conduz a temática da atuação profissional de professores com ou sem formação pedagógica musical, dirigindo o olhar para o processo de construção da profissionalidade docente. Para tratar desta problemática que traz toda a complexidade da educação musical, da formação do professor e das relações neste espaço educativo, recorreu-se a Pierre Bourdieu (1977, 1979, 2007) explorando o conceito de capital cultural, Roger Chartier (1988, 2009, 2018) com seus trabalhos sobre a noção de representação e a Maurice Tardif (2000, 2002, 2014) com suas contribuições sobre a formação do professor e o trabalho docente.
Palavras-chave: Educação musical; Formação de professores; Profissionalização docente.

Teoria e prática docente na educação superior

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Disponível em: http://dialogoseducacionais.semed.capital.ms.gov.br/index.php/dialogos/article/view/211/308

TEORIA E PRÁTICA DOCENTE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Rosana Olivares de Albuquerque[1]

Ana Maria Ribas[2]

 

RESUMO

A prática docente é inserida na dinâmica social, envolvendo, portanto, a produção de aprendizagens, saberes, conhecimento, subjetividades e atitudes. Tal prática foi historicamente construída e impregnada de tradições e finalidades que podem e devem ser questionadas e reconstruídas. Nenhuma prática educacional é isenta, portanto este artigo por meio da pesquisa bibliográfica inicia uma importante reflexão, com três autores, Habermas, Ausubel e Freire, que contribuem para a compreensão da relação entre teoria e prática docente com os processos de ensino e aprendizagem e suas representações na concretude de uma concepção formadora integral do ser humano na Educação Superior, em especial nos cursos de Formação de Professores. Esta relação é contemplada em sua complexidade e entendida como parte essencial do panorama subjetivo atual que revela as consequências das lacunas nesta fase da formação do ser humano, numa Educação Superior predominantemente imersa na lógica de mercado imposta pela ideologia neoliberal e reforçada pela prática docente pautada na instrumentalização da formação dos sujeitos, entre outras formas de garantir a manutenção do poder e legitimar as desigualdades sociais na atualidade. Uma prática docente atualizada é pautada no amplo conhecimento do referencial teórico, na compreensão histórica das ações e dos processos educativos e suas relações com o presente, além de um bom autoconhecimento do professor e sua disposição para proporcionar uma formação baseada nos ideiais democráticos, com vistas à preparação dos sujeitos para uma ação efetiva e crítica sobre a realidade que os cerca, contribuindo para a transformação da sociedade na qual está inserido em  busca de maior equidade e justiça social.

Palavras-chave: 1 Educação Superior. 2 Formação integral. 3 Prática docente.

 

ABSTRACT

The teaching practice is inserted in the social dynamics, involving the production of learning, knowledge, subjectivities and attitudes. Such a practice has been historically constructed and impregnated with traditions and purposes that can and should be questioned and reconstructed. No educational practiceis exempt, so this article, through the bibliographic research begins an important reflection, with three authors that contribute to the understanding of the relationship between teaching theory and practice with the teaching and learning processes and their representations in the concretion of a conception integral teacher of the human being in Higher Education, especially in the Teacher Training courses. These relationships are contemplated in their complexities and understood as an essential part of the current subjective panorama that reveals the consequences of the gaps in this phase of the formation of the human being, in Higher Education predominantly immersed in the Market logic imposed by neoliberal ideology and reinforced by the teaching practice, in the instrumentalization of the training of the subjects, in order to guarantee the maintenance of power and to legitimize social inequalities.

Keywords:​ College Education. Integral Training. Teaching Practice.

 

I VIRADA INCLUSIVA DO GURI SANTA MARCELINA

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I VIRADA INCLUSIVA DO GURI SANTA MARCELINA
EDUCAÇÃO MUSICAL E INCLUSÃO SOCIOCULTURAL

Dia 6 de outubro de 2015 foi realizada a I VIRADA INCLUSIVA do GURI SANTA MARCELINA no polo CEU São Rafael, São Paulo – SP.
A atividade foi pensada para o intercâmbio entre os polos CEU São Rafael, CEU Rosa da China e Brooklin, com a participação das equipes dos polos, professores e alunos, e contou também com a presença dos supervisores dos setores pedagógico, social e administrativo.
Foram realizadas 6 oficinas com vídeo, atividades musicais e de sensibilização para estimular a convivência com as diferenças.
A oficina “Outros olhares”, realizada por mim, professora Rosana Olivares e pela assistente social Cyntia Soares, promoveu vivências musicais e socioeducativas que estimularam a exploração e reconhecimento do espaço, despertam para o autoconhecimento, sensibilizam o olhar e a interação com o outro, além de promover a reflexão sobre a inclusão e a exclusão.
As outras oficinas foram: “Percussão e ritmos”, com o prof. Bruno Hernandes, “Música e Movimento” com as professoras Mara e Thinlisck, “Diálogos inclusivos” com as assistentes sociais Priscila e Karina, “Sentidos e Percepções Musicais” com os professores Franciele, Romero e Ana Célia e “Canções e Jogos Musicais com os professores Leandro e Fernando.
Cerca de 150 alunos participaram desta ação pautada numa concepção de educação efetiva, integral e emancipadora.

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Oficina “Vivências Musicais Inclusivas” na VIRADA EDUCAÇÃO – Guarulhos – 2015

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Oficina “Vivências Musicais Inclusivas” na VIRADA EDUCAÇÃO – Guarulhos – 2015

A Virada Educação é um movimento que surgiu no centro de São Paulo em 2014 com a intenção de trazer novos olhares para a educação, que percebe o aprender e o ensinar espalhados por todos os lugares. Enquanto parte do processo, a Virada Educação conta com um dia de celebração repleto de atividades ocupando de forma criativa um território.
Em 2015 ocorreu a primeira edição da Virada Educação em Guarulhos, o movimento surgiu da inquietação de um grupo de pessoas que não se conheciam no município, porém compartilham o mesmo sonho para a educação na cidade (informações disponíveis em http://viradaeducacao-gru.wix.com/virada2015).
No polo Tranquilidade uma das oficinas, “Vivências Musicais Inclusivas”, com as professoras Rosana Olivares e Renata Olivares, foi uma atividade intergeracional e inclusiva, que reuniu pessoas de todas as idades, com e sem deficiência, promovendo experiências sensíveis, estimulando a convivência com as diferenças e trazendo novos olhares e possibilidades de interação.
Foram realizadas atividades como:
* exploração do espaço, reconhecimento e apropriação do mesmo como território fértil para conhecer e disseminar a cultura, tão importante no processo de humanização, conquista da cidadania e transformação social;
* percepção do próprio corpo, auto-conhecimento, essenciais no processo de constituição dos sujeitos;
* interações coletivas e em pequenos grupos, potencializando o prazer de estar juntos (socialidade);
* fazer musical coletivo, ampliando o repertório cultural.
Nossa admiração e sinceros agradecimentos aos organizadores da Virada Educação Guarulhos.
Esperamos atingir um público ainda maior na Virada Educação 2016!!!

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Oficina: “EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS MUSICAIS INCLUSIVAS” – Rosana Olivares

Promovida pela “MAIS DIFERENÇAS”, que realiza ações de Educação e Cultura Inclusivas, especificamente pelo núcleo “Musicais Diferenças” durante o curso “EDUCAÇÃO MUSICAL INCLUSIVA”, a oficina abordou questões como acolhimento e interação de crianças com necessidades educacionais especiais nas aulas regulares de Educação Musical e no Projeto E.L.O. que acontecem no programa”GURI SANTA MARCELINA”.
Através de vivências musicais inclusivas pudemos olhar para o outro, interagir e compartilhar experiências sensíveis, refletindo sobre nossa prática pedagógica musical para torná-la cada vez mais inclusiva.

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Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética.

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RESENHA (Por Rosana Olivares de Albuquerque)

Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética.

Organizadores: Artur Gomes de Morais, Eliana Borges Correia de Albuquerque e Telma Ferraz Leal.

Ano: 2005

Editora Autêntica

Lançamento: MEC e CEEL/UFPE

168 páginas

Objetivo: Contribuir para a ampliação do debate sobre a alfabetização; teorizar sobre a prática dos professores alfabetizadores.

Trata-se de uma produção coletiva que resultou da experiência de diferentes educadores e pesquisadores preocupados com a formação de professores e os descaminhos da alfabetização no nosso país nas últimas décadas.

Reúne em 8 capítulos alguns conhecimentos produzidos pelas pesquisas relativas a Apropriação do Sistema de Notação Alfabética. Fornece aos professores alfabetizadores subsídios para melhor compreensão das concepções, conceitos, procedimentos, atividades e atitudes que subjazem ao seu fazer pedagógico.

No primeiro capítulo, Andréa Galvão e Telma Ferraz Leal propõem e conduzem a discussão com base nas considerações da Magda Soares, que defende a alfabetização através de uma ação sistemática e ressalta a importância do domínio, por parte do professor, das formas de construção do conhecimento e de um repertório necessários para o acompanhamento de seus sujeitos de forma que perceba e atenda as necessidades educacionais de cada um. Urge ainda a necessidade de elaboração de estratégias ordenadas e sistematizadas para o ensino e a aprendizagem do sistema de notação alfabético, já que esse é um objeto de conhecimento que tem suas especificidades, não de forma isolada, mas paralelamente ao processo de letramento.

Soares ressalta ainda que, devido à grande crítica aos métodos de alfabetização (estruturados com base nos paradigmas antigos que valorizam a linearidade, a fragmentação, a hierarquização), a mesma foi “desconstruída” a partir da substituição (em vez da complementação) da sistemática específica pelo contato com material de leitura e escrita.

As autoras convidam os professores para uma reflexão, um diálogo sobre a utilização ou não de um método de alfabetização e a escolha do melhor caminho em direção aos conhecimentos da leitura e da escrita, ressaltando que estes têm que ser conhecidos em suas possibilidades e limites, têm que ser ajustados de acordo com as novas demandas da sociedade contemporânea, trazidas à tona principalmente pelas produções das pesquisas acadêmicas mais recentes.

A contribuição dos estudos da psicogênese da língua escrita, encabeçados por Emília Ferreiro e Teberosky não trazem soluções para os problemas enfrentados, mas trazem novos desafios para os caminhos e descaminhos da alfabetização, que não tem alcançado níveis aceitáveis nas diversas avaliações.

Numa perspectiva de alfabetização sistemática que contemple as especificidades técnicas, a interface com a prática social da leitura e da escrita traz o desafio, a necessidade de reflexão sobre a língua, que leva o sujeito a transformar informações em conhecimento próprio, o que é necessário para a apropriação da linguagem escrita.

Sem o uso da cartilha, é possível e necessário organizar situações de leitura e escrita em que se possa transitar por diversos gêneros, promovendo a socialização, o diálogo, a interação e a compreensão de seus usos, situações necessárias para que os sujeitos assumam os papéis de leitores e escritores.

Para responder a pergunta “É possível alfabetizar sem método?”, as autoras recorrem a Batista et al (2003), que nos propõe um olhar abrangente sobre a alfabetização, na amplitude do seu contexto: a escola, as redes, a sociedade, e destaca o papel do docente que deverá ter bastante sensibilidade “para agir como intérprete das necessidades dos alunos (particularmente daqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem).” Para tal, o docente precisa de uma formação adequada e a escola deverá ser reorganizada, principalmente em relação ao tempo.

Numa perspectiva histórica, as autoras fazem uma breve revisão da literatura sobre os métodos de alfabetização mais utilizados na educação brasileira em determinados momentos, dividindo-os em três grandes grupos (cada um com suas variações e dinamismos por serem abrangentes): os métodos sintéticos, os analíticos e os analítico-sintéticos.

Entende-se, aqui, que o método de alfabetização compreende o caminho (entendido como direção e significado) e um conjunto de procedimentos sistemáticos que possibilitam o ensino e a aprendizagem da leitura e da escrita e acredita-se, deverá ser construído para substituir os métodos “tradicionais”.

No segundo capítulo, Artur Gomes de Morais problematiza as implicações do sistema notacional da escrita alfabética para a alfabetização.

Há muito tempo se trata do sistema alfabético e dos processos de alfabetização através dos termos códigos e codificações, o que demanda uma discussão proposta pelo autor: “alfabetizar não é só saber codificar e decodificar, mas articular um mínimo de conhecimentos letrados para a formação de sujeitos alfabetizados, que se apropriam dos aspectos distintos da linguagem (significados, sequências sonoras que constituem as palavras) e da escrita alfabética (sequências sonoras, significantes orais).

A escrita alfabética deve ser considerada, em sua complexidade, como um objeto de conhecimento em si, na perspectiva de alfabetizar letrando. Para dominar um sistema notacional, como a escrita alfabética, o indivíduo precisa desenvolver representações sobre como ele funciona, sobre suas propriedades. As notações representam conceitos que formulamos em nossas mentes (significados) e as palavras ou suas partes (significantes).

É importante uma revisão histórica para relembrar os professores que a humanidade demorou milênios para construir um sistema complexo, o alfabeto, e as crianças têm muito a descobrir nesta aprendizagem. Para aprender o Sistema de Escrita Alfabética (SEA), o sujeito tem que reelaborar, em sua mente, uma série de decisões que a humanidade tomou, ao criar esse tipo de notação.

Enquanto estão copiando e memorizando os traçados das palavras ou sílabas que lhes são apresentadas, os alunos vão realizando, solitariamente, todo um trabalho cognitivo, interno, de resolução de um enigma: desvendar como a escrita alfabética funciona. Mas isso não se dá de uma hora para outra, é fruto de uma trajetória de busca da compreensão das propriedades do sistema notacional em sua complexidade, rico em detalhes e que não envolve somente a memorização, mas questões conceituais.

Conversando sobre a psicogênese da língua escrita é importante saber que se trata de uma teoria psicológica sobre a apropriação da escrita alfabética. Esta apropriação se dá em níveis de aquisição que exigem novos parâmetros de avaliação. Mas as atividades de leitura e criação de textos não são suficientes para que os alunos atinjam a hipótese alfabética. É necessário o conhecimento dos princípios deste sistema, trabalhados sistematicamente através da composição, decomposição e recomposição de palavras e análise fonológica, explorando as características linguísticas de alguns gêneros. Outro fator importante a ser considerando é a heterogeneidade do grupo, o que demanda preparação de atividades diversificadas para atender aos alunos que apresentam diferentes hipóteses de escrita.

Durante muito tempo a psicogênese da língua escrita tornou-se em nosso país a principal referência nos estudos dos processos de constução das hipóteses a respeito da escrita alfabética, enquanto pouca ênfase se deu sobre o papel das habilidades de reflexão fonológica no aprendizado da leitura e da escrita, que é considerado por Artur G de Moraes e Tânia M. R.Leite como essenciais para um sujeito tornar-se alfabetizado. Além de assumir vários pressupostos defendidos pela teoria da psicogênese da escrita, ressaltam que o SEA não é um código, mas uma invenção cultural e a escola deve ajudar o aluno a descobrir suas propriedades promovendo, sistematicamente, as habilidades de reflexão fonológica, abordando as palavras como objetos sobre os quais podemos refletir (inclusive sobre a dimensão sonora) e representá-las conscientemente. O que também recebe o nome de “consciência fonológica” constitui, de fato, uma “constelação de habilidades” com níveis de complexidade variados e atua como um “facilitador” da aprendizagem da leitura e da escrita, portanto não é condição suficiente para o domínio da escrita alfabética, mas é uma “condição necessária”.

Os autores sugerem aos alfabetizadores, a incorporação das evidências dos estudos sobre consciência fonológica para ampliar pontos de vista da teoria da psicogênese da escrita.

No quinto capítulo Telma Ferraz Leal reafirma que os conhecimentos construídos pelos alfabetizandos anteriormente ao ingresso na escola são diversos e exercem muita influência sobre o processo de alfabetização na escolha dos caminhos percorridos neste processo de aprendizagem.

Centrando a reflexão nas intervenções didáticas, a ênfase é dada à necessidade de desenvolvimento de habilidades, pelo professor, de identificar as necessidades de cada aluno e atuar com todos ao mesmo tempo. O olhar sensível do professor identifica as demandas individuais que determinam as escolhas na organização de estratégias didáticas diversificadas. Estas atividades devem ser colaborativas e individuais, dependendo do que os alunos já sabem, dos conflitos que estão sendo vivenciados e da mediação do professor. Nas atividades os alunos podem se beneficiar da diversidade, compartilhando diferentes conhecimentos e estratégiasque enriquecem a aprendizagem e promovem uma formação integral do ser humano. Já nas atividades indiviuduais o aluno aprende a refletir obre as vivências coletivas e toma consciência dos seus conflitos. Através da reflexão e sistematização dos próprios saberes, poderá experimentar e escolher ações articulando-as com seus conhecimentos para resolver problemas no processo de apropriação do sistema de escrita.

No sexto capítulo, o jogo é trazido por Telma Ferraz Leal, Eliana Borges Albuquerque e Tânia Rios como um poderoso recurso auxiliar no processo de alfabetização. Neste trabalho,o jogo é assumido como prática cultural dotada de historicidade e múltiplas significações que, de forma lúdica, simula situações de engajamento social num tempo e espaço determinados, com características próprias delimitadas pelas regras de participação na situação imaginária. Em todo processo educativo é fundamental a mediação do professor, que deve ser estendida através de outras situações além do jogo para sistematização dos saberes potenciais por ele trazidos, no processo de transformação em conhecimentos. Para tanto, é necessário um planejamento baseado no diagnóstico das hipóteses de cada aluno, com objetivos bem definidos em busca do equilíbrio entre as funções lúdica e educativa.

 

Na perspectiva de alfabetizar letrando, o processo de alfabetização tem que ser contemplado em sua complexidade, considerando suas especificidades e com muita sensibilidade e competência para detectar as demandas educacionais de cada aluno, principalmente daqueles que ainda não leem e não escrevem com autonomia.

A questão da administração do tempo da aula é muito importante. A distribuição deve contemplar atividades de leitura, atividades de reflexão sobre o sistema de notação escrita, produção de textos orais e escritos de diversos gêneros, considerando os diferentes níveis de conhecimentos dos alunos para que adquiram competências de compreensão da tecnologia da leitura e da escrita e façam usos das práticas sociais de leitura e escrita em seus diferentes contextos.

Para encerrar, Roseane Pereira da Silva conduz a discussão que gira em torno da reflexão sobre o uso ou não do livro didático para alfabetização. Após uma revisão histórica sobre a utilização nas escolas públicas brasileiras e o reconhecimento das mudanças ocorridas nos atuais livros de alfabetização, professores dialogam sobre como estes podem ser utilizados na sala de aula, destacando a riqueza do repertório textual e discutindo a relação com as necessidades dos seus alunos. Assim sendo, eles têm sido utilizados como suporte, de onde têm sido extraídos alguns textos e atividades para sistematizar o ensino do SEA, além de algumas adequações aos seus objetivos e às necessidades de aprendizagem dos seus alunos.

 

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Projeto E.L.O. recebe educadores do The Sage Gateshead

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Através do inercâmbio entre o Guri Santa Marcelina e o The Sage Gateshead promovido pelo  British Council, recebemos cinco educadores que observaram e participaram de algumas atividades com nossos alunos, assistiram as apresentações das duas partes integrantes do projeto (pedagógico-musical e assistência social) e trocaram experiências com professores, assistentes sociais, supervisores do Guri SM, pais e alunos presentes. Houve a produção coletiva de um Rap mediada pelo Billy, do Movimento Superação e consultor da ONG “Mais Diferenças”. Foi uma esperiência riquíssima de grande efeito e importância para todos nós.

Projeto E.L.O. out. 2013 APRESENTAÇÃO PDF

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Por que estudar música

Por que estudar música

As crianças são seres musicais, mas precisam do espaço certo para desenvolver suas habilidades. Entenda como isso acontece em casa e na escola

01/03/2013 16:32
Texto Beatriz Montesanti
Foto: Claudia Marianno

Foto: Aprender música na fase escolar ajuda a criança em muitos aspectos!

Aprender música na fase escolar ajuda a criança em muitos aspectos!

A música está por todo lado, na natureza, na cidade, nas pessoas. No entanto, nem todos sabem escutá-la. Para Carlos Dorlass, diretor geral do colégio Peretz, esta é a maior importância do ensino musical: ensinar a escutar.

Mas os benefícios não param por aí. Não à toa que, a partir de 2012, o ensino musical tornou-se obrigatório na Educação Básica, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A Educação Musical pode auxiliar na alfabetização, desenvolver raciocínio lógico e criatividade, além de ser um bom apoio para o ensino de outras disciplinas.
No entanto, Teca Alencar de Britto, professora de música da USP, alerta: “Sempre se busca um porquê para estudar uma forma de arte”. Para ela, a importância da música está em si mesma: “Primeiro de tudo deve-se ter a música pela música: o conhecimento de mundo, o ritmo, a sensibilidade. Depois, os benefícios que ela traz, como maior atenção, coordenação motora e disciplina”, enumera.

Confira os benefícios da Educação Musical:

1. Descobrir o mundo
Somos seres musicais desde o início da vida, o que muda é a complexidade da nossa relação com o som. A criança descobre as diferenças entre as sonoridades desde cedo, no entanto, para que esta relação se desenvolva, é necessário que haja espaço para ouvir, explorar e brincar.De acordo com a professora Teca Alencar de Britto, a música é orgânica e corporal, principalmente nas crianças: “Enquanto os adultos racionalizam e teorizam muito, as crianças não têm qualquer inibição básica, e isso pode ser aproveitado”.

Beto Schkolnick, professor da Escola de Educação Infantil Jacarandá e coordenador da área de música do Colégio Magno, em São Paulo, explica como o trabalho de música realizado com crianças está voltado para a experimentação sensorial, com brincadeiras que as ajudem a descobrir este universo.

Uma atividade realizada nesta fase, por exemplo, é a contação de histórias utilizando diferentes sons e instrumentos para cada personagem: “Um som será um dos porquinhos, o outro, mais forte, será o som do lobo, e assim trabalhamos as intensidades”, explica.

2. Aprender a escutar
Os sons estão por toda parte: cada ambiente traz o seu ruído peculiar e característico. O som de uma cidade, de uma sala de aula, de uma selva, de uma floresta. A isso chamamos paisagem sonora.Saber discriminar os sons, não só dos instrumentos, mas do mundo a sua volta, é extremamente importante: trata-se da percepção sonora. Basicamente, é saber reconhecer o que se está escutando, saber que tal som pertence a um violino ou a uma bateria.

Nos ambientes em que vivemos, inclusive o escolar, há muitos ruídos, o que banaliza o som. A Educação Musical, por sua vez, cria espaços para a valorização da escuta. “Ouvir é uma habilidade. É saber prestar atenção, relacionar letra, música, ritmo. Isso serve para a tudo na vida”, diz Carlos Dorlass, diretor geral do colégio Peretz.

Essa percepção pode ser criada por meio de jogos, como improvisação e percussão corporal. De acordo com o professor Beto Schkolnick, ao ouvir os registros do som é possível chamar a atenção para o grave, o agudo, as diferentes intensidades e timbres.

3. Compreender o mundo
A música é feita pelos seres humanos e estes, por sua vez, não estão isolados no universo. Tanto a letra quanto os ritmos e melodias estão inseridos em uma cultura e em um contexto histórico. Estudá-lo ajuda a compreender o sentido da música (ou seus diferentes sentidos).O caminho inverso também acontece: a própria música serve de instrumento para compreender uma cultura ou a sensibilidade de uma época. Há músicas que ajudam a compreender características de um povo, de uma cidade ou de um movimento artístico, e isso pode ser apropriado para aulas de história e geografia, por exemplo.

No colégio Peretz, em São Paulo, o tradicional sinal da troca de aula foi substituído por 20 segundos de música. “Toda semana colocamos algo diferente, geralmente ícones da música brasileira ou da cultura judaica”, explica o diretor Carlos Dorlass. A música da semana é abordada mais tarde em sala de aula: “Falamos da história da letra, do contexto, dos seus elementos. E assim a educação é feita em parceria”.

4. Fortalecer laços afetivos
Logo quando nascemos já começamos a construir nosso repertório musical, com as cantigas de ninar e as canções infantis.As famílias também têm suas próprias histórias musicais: podem ouvir e cantarolar estilos do interior, como moda de viola, ou músicas religiosas, típicas de seus países de origem. Essas canções são um material interessante para a sala de aula e ainda envolvem a família toda na Educação.

“Não se pode achar que a Educação Musical é só a que acontece na escola. A cultura familiar pode dar um direcionamento para o trabalho”, conta o professor Roberto Schkolnick.

Além disso, ouvir música em casa é uma forma de compartilhar experiências bacanas. Para a professora Teca, é muito importante que os pais tenham essa convivência musical com as crianças: “Desde o início da infância pode-se criar um vínculo afetivo por meio da música, mesmo com as canções de ninar. O importante não é ter o refinamento, mas a qualidade afetiva. Isto tem um valor enorme para fortalecer vínculos”, conclui.

5. Desenvolver cultura e tolerância
Ampliar o leque musical é uma forma de rever preconceitos. A experiência musical nos coloca em contato com o outro, com a diversidade e com a riqueza.Para os adolescentes, muitas vezes, o conhecimento musical está ligado ao que é veiculado pela mídia. Além disso, jovens se identificam com grupos sociais por meio da música e tendem a rejeitar o que vem dos adultos. Para o professor Roberto, o melhor caminho para superar esta resistência é sempre o do diálogo. Pais e professores devem estabelecer uma parceria e não apenas negar aquilo que é interesse dos jovens.

As aulas precisam ter eco e fazer algum sentido para a criança, por isso não pode haver juízo de valor. “Assim, eles também aprendem a ouvir o que o professor e outros colegas propõem”, defende Teca Alencar de Britto, professora de música. “Acho que isso cria um ambiente democrático e de reflexão, transformando a relação da criança e do jovem com a música, de forma que se tornem mais abertos”, conclui.

6. Desenvolver a capacidade de expressão e criatividade
Somos seres musicais, e as crianças, em especial, têm um grande potencial criativo e expressivo, desde que tenha o estímulo certo. A aula de música pode convidá-la a cantarolar, criar, inventar. Construir instrumentos com sucata, por exemplo, é uma forma de despertar este lado.A arte em geral, é uma forma de expressão e comunicação. “A música acaba sendo uma linguagem muito fácil de apropriar. É uma dádiva, todo mundo pode”, diz Roberto. “A música é como a língua portuguesa. Por um lado, você pode fazer a análise sintática, por outro, pode-se realizar a interpretação, criar sentidos, construir formas poéticas ou informativas”.

7. Praticar o raciocínio lógico
A linguagem musical tem formas de estruturar a linguagem. A organização de símbolos musicais envolve a lógica, a matemática. É um sistema racional lógico perfeito. Ao combinar os sons, perceber padrões, lidar com compassos, a criança desenvolve também o raciocínio matemático.
8. Desenvolver a capacidade de escolha, disciplina e organização
Algumas crianças, encantadas pelo fazer musical, vão querer se dedicar ao estudo de um instrumento específico. Neste caso, os professores reforçam a importância de esta decisão partir da própria criança, e não dos pais.De acordo com Liliana Bertolini, professora de música da EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística), é muito comum que pais queiram um instrumento e a criança, outro. “É um mito de que seja melhor iniciar com o piano porque é o básico. O melhor instrumento para iniciar é o que a criança gosta do som!”, diz a professora.

Claro, há também a criançada indecisa, que quer tocar tudo ou que sempre muda de ideia. Neste caso, o caminho é novamente o da conversa: “O ideal é tentar insistir em um instrumento por pelo menos seis meses, pois leva um tempo até entender o mecanismo dele ou ganhar um mínimo de intimidade com o som. Se depois não der certo, é melhor trocar, pois a criança não encontrou identificação”, explica.

Qual é, então, a função dos pais na educação musical? “Cabe a eles ajudar os filhos a organizar a rotina do estudo, mesmo que não conheça o instrumento”, responde a professora. “Não é para estudar junto, mas estar ao lado deles”. Outra forma que os pais podem ajudar a incentivar os filhos é pedir para que toquem para eles, familiares a amigos. Assim o instrumento torna-se algo que podem compartilhar. Que seja também uma forma de expressão e diversão, não apenas estudo.

Outra questão importante é se o instrumento escolhido foge ao orçamento familiar, mas há formas de contornar esta questão. Na escola EMIA, ligada à Secretaria da Cultura e dedicada a aulas de artes, as crianças podem usar o instrumento da própria escola. “A família tem que organizar o orçamento. Eu já vi muitas soluções diferentes, como familiares fazendo uma vaquinha com todos os parentes para comprar uma flauta transversal para o menino”, lembra Liliana.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/estudar-musica-730918.shtml
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Projeto E.L.O.: Encontros, Linguagens e Olhar Social

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PROJETO E.L.O.: Alteridade e Complexidade no Contexto da Inclusão

Resumo: Este relato de experiência trata do Projeto E.L.O.: Encontros, Linguagens e Olhar Social. O projeto tem por objetivo fundamental a inclusão sociocultural de crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais, oferecendo suporte e favorecendo condições de aprendizagem, de interação social e a permanência destes sujeitos no programa de educação musical oferecido pela Organização Santa Marcelina de Cultura, na cidade de São Paulo. Fundamentado na experiência da alteridade e no paradigma da complexidade, procuramos partir do conhecimento e das experiências do aluno, valorizando as diferenças e a diversidade para encontrar, decodificar e refazer o caminho da aprendizagem, dando suporte para uma formação musical de qualidade.

 Palavras-chave: Educação Musical, Inclusão, Alteridade.

Disp. em:

http://abemeducacaomusical.com.br/sistemas/anais/congressos/ANAIS_VII_ABEM_REGIONAL_NORTE_BELEM_PA_2012.pdf

p. 173

 

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